Minha 1ª São Silvestre

Aêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

É muita coisa para contar! Ainda bem que tudo saiu bem antes da prova, o voo não atrasou, o hostel existia, não tive dor de barriga nem me lesionei. É legal chegar, pelo menos, dois dias antes da prova para se adaptar ao local e descobrir onde será a prova, buscar o kit, entre outras coisas. Foi bem legal ver a Avenida Paulista se transformando no palco do que seria a grande festa do corredor brasileiro! Pessoas trabalhando para deixar tudo pronto, armações sendo erguidas, postos sendo montados e a expectativa só crescendo diante desse cenário!

31 de Dezembro de 2012 - Enquanto a maioria das pessoas normalmente se preparam para a festa noturna do último dia do ano, mais de vinte mil levantaram cedinho para correr 15 km pelas principais vias da capital de São Paulo. Entre elas, fantasiados que davam o tom de folia. Havia ninjas, bailarinas, homens e mulheres das cavernas, super homens, mulheres maravilhas. Eu fui de ketchup e o meu amigo de mostarda. Ok, não ficou muito bem caracterizado, mas até que foi divertido participar da tradição :)

Sempre irmãos, sempre unidos.

Chegamos na Avenida Paulista por volta de 8h30. Muitos chegaram bem mais cedo para se posicionar na frente e garantir um espaço na câmera da Globo. A espera é igualmente divertida: brincadeiras com as fantasias e pessoas se conhecendo.

A largada é fora do comum! Tocou a tradicional Carruagens de Fogo e enquanto as pessoas se entreolhavam completamente tomadas pela alegria de realizar um sonho, começava a contagem para o início da corrida. Emocionante!

Hora de chamar a atenção do narrador. Valia tudo, dar piruetas, estrelinhas, gritar, enfim, farofar. Quem deu tchau pra câmera, deu.

Já no primeiro quilômetro aparece o público da São Silvestre aplaudindo e gritando. O povo de São Paulo é receptivo e sai da residência para dar aquela força que todo atleta precisa.

E o caminho seguiu com as personalidades do evento: um Elvis que parava de quilômetro em quilômetro para fazer performance, um super homem com a bandeira do Corinthians (curíntia, meu!) que recebia vários incentivos. Vi apenas um palmeirense corajoso, ninguém curtiu D:

Até o quilômetro quatro todos estavam de gracinha, sorridentes e felizes. Até que um expectador gritou "essa alegria aí está pra acabar". Ele estava certo.

Perto do quilômetro oito eu não vi ninguém sorrindo. Claro, já era mais da metade da prova e aos poucos era possível ver os desistentes e as tendas de socorro cheias.

Nesse momento eu pensei em caminhar, até anunciei para o meu amigo, mas ele não me deixou fazer isso. Disse que eu teria carta branca na Brigadeiro.

Finalmente passando o quilômetro dez, foi possível escutar a seguinte musiquinha de incentivo:

"Não é mole, não! Na São Silvestre não existe campeão!"

 Gracinhas ou o quê?

Avenida Brigadeiro Luís Antônio - o mais temido trecho, o terror dos corredores. Nada me preparou para aquela altimetria. É mais ou menos no quilômetro 12 e aí amigos, não consegui. Fiz boa parte do percurso caminhando. Acho que foi uma péssima ideia porque os músculos esfriaram e eu senti uma dor terrível pelo corpo.

Não me senti uma perdedora porque havia um paredão de participantes caminhando. Ou seja, é mais comum do que se imagina travar nesse ponto da prova, mas nem por um momento me passou pela cabeça desistir dela. Eu só sairia de São Paulo com uma medalha da São Silvestre.

A parte mais emocionante pra mim foi quando um corredor que havia terminado, voltou para a Brigadeiro, parou no meio do percurso e começou a bater palmas, incentivando os colegas. Dizia para não parar, que faltava pouco e que todos eram vencedores.

A Avenida Paulista apareceu como um oásis no deserto, pura e bela. Nem acreditei que estava perto do fim. Exausta dos cinco quilômetros extras, tive forças de, ao menos, dar um pique nos últimos cem metros para sair bem na foto de chegada, hehehe. Dei aquele corridinha e cheguei em 2:02. Um tempo bem horroroso, mas nada me tirou a alegria do dia em que realizei um grande sonho :)

Viva! :D